Atualmente é reconhecida a importância da Inteligência Emocional no mundo do trabalho e das organizações. Convido-o a fazer uma pesquisa no Google a fim de encontrar as competências mais procuradas pelas entidades empregadoras em 2022 e vai descobrir que quase todas são soft skills: competências emocionais e sociais englobadas no grande grupo de competências que compõem a Inteligência Emocional. Apesar da popularidade deste conceito, o conhecimento mais aprofundado das capacidades sobre as quais estamos a falar ainda não existe, não está difundido na população em geral. Trago-lhe hoje algum esclarecimento sobre este grupo de competências que pode ser aprendido, treinado e, portanto, desenvolvido. E para quê investir tempo e dinheiro neste conhecimento?
A Inteligência Emocional é essencial para o nosso bem-estar emocional e mental e para a constituição de relacionamentos positivos e saudáveis. Permite-nos reconhecer, compreender e gerir as nossas próprias emoções e reconhecer, entender e influenciar as emoções dos outros (Daniel Goleman, 1995). Imagine então, a importância que assumem estas capacidades em épocas desafiantes, com contrariedades constantes na esfera profissional e com a elevada carga de stress e exigência que a área da Medicina Dentária acarreta! A conjuntura económica e social europeia aponta para a vinda de “tempos difíceis”. Não sou apologista da cultura do medo e da escassez, mas aprendi nos últimos anos a importância da preparação e do treino para melhor enfrentar cenários desafiantes. E as empresas e negócios da Medicina Dentária não vão parar. Vão continuar, enfrentado as adversidades. A questão que se coloca é a seguinte: pretende sobreviver ou prosperar? É essa a distinção entre quem atravessa tempos desafiantes e desiste perante obstáculos, se foca apenas nos problemas, é pessimista e não evolui ou cresce e quem atravessa os mesmos desafios com ferramentas como a Inteligência Emocional e se supera.
Desenvolver competências intrapessoais de Inteligência Emocional permite, por exemplo: reconhecer a relação entre as suas emoções, os seus pensamentos e o seu comportamento (e, portanto, o seu desempenho); ser reflexivo, aprendendo com a experiência; estar aberto a opiniões francas, novas perspetivas, aprendizagem contínua e autodesenvolvimento; ser determinado, capaz de tomar decisões sólidas apesar das incertezas e das pressões; pensar com clareza e manter a atenção concentrada sob pressão; lidar com facilidade com múltiplas exigências, prioridades em constante mutação e mudanças rápidas; adaptar as suas respostas e táticas para responder a circunstâncias fluidas; ser flexível na forma como encara os acontecimentos; procurar informação para reduzir a incerteza e descobrir formas de fazer melhor; aprender a melhorar o seu desempenho; persistir na busca dos objetivos apesar dos obstáculos e reveses, etc. A resiliência é das capacidades mais importantes a desenvolver se quer realmente prosperar, independentemente de como está o ambiente ao seu redor. Tal como a cana de bambu, que balança ao vento de forma flexível, nós também podemos aprender a ser flexíveis, a ter capacidade para lidar e recuperar de adversidades. E podemos, através dessas adversidades, tornarmo-nos melhores profissionais do que éramos antes. Consegue agora entender de que forma estas competências intrapessoais se podem tornar um superpoder em tempos difíceis?
Dou todo o mérito ao desenvolvimento de competências técnicas, são fundamentais na nossa área profissional. Permitem-nos evoluir e chegar a patamares de excelência. E sei, por experiência própria, que sem uma boa gestão dos nossos pensamentos e das nossas emoções, não controlamos o nível da nossa performance profissional, correndo o risco de nos tornarmos “só mais um”. Desafio-o a investir o seu tempo a aprofundar verdadeiramente o conhecimento na área da Inteligência Emocional. Mais ainda, desafio-o a aplicar o que aprender. Verá uma transformação imensa no seu desempenho e satisfação com as diversas áreas da sua vida, nomeadamente a profissional. Não voltará a ser o mesmo. Atenção, depois não diga que não o avisei!