Desafio de Journaling para Auto-Reflexão

Manuela Rodrigues
|
19/8/24

A escrita é uma das melhores formas de conseguirmos aprofundar o nosso autoconhecimento e de ganharmos clareza em relação a vários aspectos da nossa vida.

De certeza que já ouviste falar de journaling. Mas já sentiste TU os benefícios desta prática?

Existe evidencia cientifica clara* que mostra que o journaling pode um aliado poderoso na nossa saúde mental e bem-estar, mas a nível profissional pode também ser uma ferramenta para desenvolver auto-consciência, ter insights e ganhar clareza.

Há uma quantidade surpreendente de coisas a acontecer no cérebro quando colocamos a caneta no papel ( e sim esta prática é mais eficaz quando escrevemos à mão**).

Por isso preparei um desafio de journaling para ti. É um desafio de 30 dias e é constituído por 30 perguntas simples para auto-reflexão através da escrita.

Benefícios do journaling:



1. É uma ferramenta para redução de stress e ansiedade.
A escrita foca a nossa atenção, pois só podemos escrever sobre uma coisa de cada vez. Neste processo de desaceleração, a nossa respiração regula-se, os nossos pensamentos ficam menos confusos e experimentamos a libertação de dar voz ao que guardamos dentro de nós.

2. Escrever ajuda-nos a obter clareza e a encontrar significado. Quando escrevemos, notamos facilmente padrões no nosso pensamento ou comportamento. Praticamos ser curiosos em vez de nos julgarmos a nós próprios. Estabelecemos ligações e estamos abertos a insights que podem não ser imediatamente aparentes quando estamos no meio de situações difíceis. Quando conseguimos integrar o que experienciamos na nossa perspetiva geral da vida, isso permite-nos criar uma espécie de coerência. Não é que procuremos respostas fáceis e diretas para acontecimentos complicados ou dolorosos; é que podemos começar a aceitar plenamente o que aconteceu e identificar as formas como os desafios nos tornaram mais sábios, mais gentis e mais resilientes.

3. Acalma a reactividade. O ato de escrever em papel é tão poderoso em parte porque ativa diferentes áreas do cérebro onde experienciamos emoções e usamos a linguagem para nomear e compreender o que sentimos. Esta comunicação intencional através das funções emocionais e cognitivas resulta num aumento da atividade no córtex pré-frontal e numa redução da atividade na amígdala, o que nos ajuda a acalmar a reatividade e a ganhar uma distância saudável de eventos com carga emocional.

4. Melhora a memória. Escrever ajuda-nos a reter informação e a solidificar memórias, isso sabemos. Mas há outro benefício: neste processo de recordar e nomear as nossas emoções, somos capazes de recuperar recursos cognitivos que de outra forma iriam para coisas como ruminação de pensamentos ou padrões de pensamento intrusivos. Por outras palavras, ao reduzir a carga stressante das emoções, estamos a libertar espaço mental.

5. Potencia consciência. Tal como acontece com outras práticas de mindfulness, quanto mais focada se torna a nossa atenção, mais começamos a captar todos os momentos prazerosos dos nossos dias, que muitas vezes deixamos passar despercebidos. O ato físico de escrever sobre gratidão por exemplo, activa a memória e a emoção no nosso cérebro, por isso é como se pudéssemos voltar a experimentar a doçura desse momento novamente.

Dicas:

Se quiseres uma pratica rápida, escreve só “bullet points”, se tiveres entre 2 a 5 minutos elabora o porquê desses pontos.

Lembra-te que não importa se és “escritor” ou não, não é para ninguém ler (só para ti). O poder do processo está em simplesmente sentares-te com os teus próprios pensamentos e registrá-los da forma que funcionar melhor para ti, sejam pontos, rabiscos ou frases longas. Não existe realmente uma forma certa ou errada de o fazer.

Vamos a isto?

Clica AQUI para teres acesso ao desafio de journaling de 30 dias para auto-reflexão.

Depois conta-nos os teus insights!

Referencias

*Sohal, M., Singh, P., Dhillon, B. S., & Gill, H. S. (2022). Efficacy of journaling in the management of mental illness: a systematic review and meta-analysis. Family medicine and community health, 10(1), e001154. https://doi.org/10.1136/fmch-2021-001154

**Umejima et al. (2021). Paper Notebooks vs. Mobile Devices: Brain Activation Differences During Memory Retrieval. Front. Behav. Neurosci., Sec. Learning and MemoryVolume 15 - 2021 | https://doi.org/10.3389/fnbeh.2021.63415

Manuela Rodrigues
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19.8.24
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